• Cozinha de produto
  • Cardápio
  • Delivery
  • Contato/ Reservas
  • Serviços Especiais/ Eventos
  • Blog
  • Livro
  • Videos
  • Newsletter
  • Menu

Chou

  • Cozinha de produto
  • Cardápio
  • Delivery
  • Contato/ Reservas
  • Serviços Especiais/ Eventos
  • Blog
  • Livro
  • Videos
  • Newsletter
GUI_3545.jpg

Fisher

October 02, 2009

Eu não procuro esconder de ninguém que sou um tanto obcecada por M.F.K. Fisher e muitas vezes me descubro perigosamente perto de plagiá-la, coisa que qualquer leitor atento e conhecedor das suas linhas já poderia ter percebido em meus escritos.
Há outras charmosas escritoras gastronômicas, claro, e acho que a santíssima trindade do século vinte seria composta por Julia Child, Elizabeth David e Fisher. Mas apesar da sagacidade prática e intrinsecamente americana de Child, a elegância sensível e inglesa de David; Fisher ainda é para mim a melhor escritora das três, destilando linhas de qualidade literária comparáveis aos Grandes. Talvez eu concorde mesmo com o poeta W. H. Auden, para quem Fisher era a melhor escritora de sua época, não apenas escritora gastronômica, mas escritora e ponto.
Ou talvez eu inveje um pouco essa mulher que nasceu no dia anterior ao meu aniversário, guia que era de seus próprios desejos, prisioneira e rainha de suas idiossincrasias, alguém que foi capaz de se orgulhar de sua “ solidão misantrópica aconchegante”, como ela mesmo colocara.
A verdade é que Fisher dizia não escrever sobre comida e sim sobre a fome, fome de amor, compreensão, fome de conhecimento, as fomes primordiais que nos definem como indivíduos. E o fazia de maneira prolífica e extremamente sensível. Tinha uma relação sensual e profunda com a comida, e ainda assim, momentos de praticidade quase perversa. Acho que a grande prova de que Fisher não era apenas uma escritora gastronômica é que ela não apenas dava receitas de pratos admiráveis, mas muitas vezes fornecia instruções para concocções que ela considerava abomináveis, mas que de  alguma maneira serviam para ensinar algo, ainda que por contraste: leveza, elegância ou sensibilidade. As aceitava e incluía como quem aceita que da vida fazem parte a saciedade e a fome, com bastante sorte, em partes iguais.

Prev / Next

CADERNO DE COZINHA

Escrever veio antes da cozinha, mas aos poucos os livros de gastronomia foram ganhando espaço na minha estante junto com os de literatura. Brillat Savarin & Garcia Marques. Tem coisas que a gente não abandona.


Posts

Featured
Sep 13, 2021
As ervas, a menina e o sítio
Sep 13, 2021
Sep 13, 2021
Mar 8, 2017
SOMOS
Mar 8, 2017
Mar 8, 2017
Oct 1, 2014
Feito por nós
Oct 1, 2014
Oct 1, 2014
Feb 4, 2014
Feito por nós
Feb 4, 2014
Feb 4, 2014
Oct 3, 2013
Marcella
Oct 3, 2013
Oct 3, 2013
Aug 27, 2013
Feito por nós
Aug 27, 2013
Aug 27, 2013
Aug 27, 2013
Manifesto do meu desejo
Aug 27, 2013
Aug 27, 2013
Oct 22, 2012
fazenda santa adelaide
Oct 22, 2012
Oct 22, 2012
Oct 16, 2011
do café e da memória
Oct 16, 2011
Oct 16, 2011
Nov 23, 2010
esquecendo da vida
Nov 23, 2010
Nov 23, 2010